Já só faltava um exclusivo de ASS babujando a sua cassette habitual sobre a “lusofonia” e patacoadas quejandas, como de costume e, neste caso na TSF, como corolário das “comemorações” do Dia da Língua brasileira.
No seu característico tom melífluo, o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, a terrinha do Brasil e sua porta de entrada exclusiva na Europa, despeja por sobre as cabeças dos ouvintes (e falantes) os seus invariáveis dichotes neo-colonialistas, as suas piadolas sobre a Língua (brasileira) e, sobretudo, se bem que nesta parte usando palavras-chave em código, a indomável defesa e “promoção” dos interesses geo-estratégicos e económicos brasileiros.
Para executar na perfeição o planeado, segundo julgará o próprio, não há nada como enfiar uns foguetórios e uns bailaricos goela abaixo dos santinhos e santinhas a que acordistas (e indiferenciados) chamam “povo”. A mais recente pantomina, pretensamente comemorando o Dia Mundial de uma língua alienígena, com o solícito empenho do Secretário-Geral da ONU, também ele portador do cartão de sócio do PS (ou do PSD, é indiferente), ilustra quase obscenamente não apenas o conceito de “enfiar goela abaixo” como a própria ideia de “povo” enquanto entidade colectiva não totalmente desprovida de neurónios, vontade própria, discernimento, ou livre-arbítrio; ministros e altos dignitários da nação aos pulinhos e abanando o capacete ao som do (para eles) maravilhoso batuque de samba, em festanças de “Dias Mundiais”, abrilhantadas por virtuosos artistas — por regra, brasileiros — de circo, servem precisamente para que os divinamente “mandatados” pensem pelo povo ignaro e decidam pelos “pobres de espírito” aquilo que mais lhes convém, o que é e o que não é de seu interesse, em que espécie de Língua devem falar e o que o povo unido pode e não pode escrever. Uns beneméritos, por junto, sempre, sempre ao lado do povo.
Esta obsessão pelo “povo” e pelos “interesses do povo”, comum ao MNE e a toda a colegiada governamental da actualidade, é afinal coisa antiga, um atavismo com seu quê de histórico e com seu quanto de patológico. À imagem e semelhança da “visão” de ASS, com a sua alucinação (Viu Cristo! Aleluia! Falou com Ele! Hosana!), gente com pancada é de tradição, e imitar ainda mais, relembremos o episódio daquele beato de mitra que foi ao Rio de Janeiro em 1934 e veio de lá deslumbrado com a tremenda pinta de uma estátua que viu debruçada sobre o Rio, aquele vulto gigantesco com os braços abertos, em forma de crucifixo, ah, que espanto, olha que Ele estes brasileiros, pois sim, Senhor, vamos fazer um igual a este lá para as bandas do Pragal, ou assim, enfim, na Outra Banda, há-de ficar bem, pelo menos de paisagem lava a vista, quem nunca viu Lisboa nunca viu coisa boa, à excepção da Capital sonhada por D. João VI.
Tal e qual. Vendo bem, o Brasil é por assim dizer uma espécie de Pragal, também fica na Outra Banda, apenas com a piquena diferença de o Pragal e Lisboa terem um rio pelo meio e o Rio ter entre Portugal um oceano de permeio, coisa pouca.
De resto, diferença nenhuma. Agora os tempos são ligeiramente diferentes, valores mais altos se alevantam, como não, está tudo muito mais caro, toca a “adotar” a língua do “gigante”; e se o Cristo-Rei brasileiro é para replicar, então imitemos-lhes tudo, importemos contentores cheios de jogadores e (geniais) gestores da TAP, fundemos escolas de samba, “nacionalizemos” o Cárrrrnáváu, tornemos obrigatório que todos os canais passem pelo menos 3 telenovelas brasileiras por dia. Numa palavra, vamos “brasileirar”.
Portanto, é extremamente compreensível que Sua Excelência o senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal se preocupe tanto com a “expansão” e a “difusão” da língua brasileira no mundo (para não ir mais longe).
Ou, como disse o Cardeal Cerejeira quando lhe deu uma epifania nas meninges, esmagado pela estátua, “este será sempre um sinal de gratidão nacional pelo dom da Paz”.
Ámen, mêirrmaum? Djiss alêluia, Jisuiss issstá prêsêntchi, alêluia.
Da poesia à “responsabilidade”: a língua portuguesa para Augusto Santos Silva
Dia mundial da língua portuguesa assinala-se esta quarta-feira em 44 países
Por Carolina Rico com Fernando Alves
“TSF”. 05.05.21
As comemorações do dia mundial da língua portuguesa, que se assinala esta quarta-feira, decorrem em 44 países, com mais de 150 actividades, em formato misto, presencial e virtual, devido à pandemia de Covid-19.
Proclamado em 2019 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), este é o segundo ano em que se celebra o dia mundial da língua portuguesa.
O chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva assinalou a data na TSF, onde declamou o poema “Cantiga, Partindo-se“, de João Roiz de Castelo-Branco e lembrou que o português é uma “língua viva e plástica”, sujeita a mudanças.
“Este é um dia para tomarmos consciência das nossas responsabilidades” para “continuar a promover a língua portuguesa, tratá-la bem, criar com ela, usá-la como língua de comunicação”, considera Augusto Santos Silva.
Sobre o Acordo Ortográfico, o chefe da diplomacia lembrou que este é fruto de um acordo internacional com outros países de língua portuguesa – e “se há coisa porque somos conhecidos é por cumprir os acordos internacionais“, ainda que “não seja um crime” não escrever segundo as novas regras.
Augusto Santos Silva participa esta tarde numa sessão solene, em Lisboa, para assinalar o dia mundial da língua portuguesa, que contará ainda com a participação de Augusto Santos Silva executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Francisco Ribeiro Telles.
[Transcrição de “lead” em texto de introdução à entrevista de propaganda da TSF ao MNE. Publicação e gravação integralmente copiadas daquele “serviço público” de rádio-difusão; no texto, os links são do original, os destaques e sublinhados meus. Imagem de topo copiada do blog “Viver Portugal“.]
Christ the King (Almada)
From Wikipedia, the free encyclopedia
The Sanctuary of Christ the King[1][2][3] (Portuguese: Santuário de Cristo Rei) is a Catholic monument and shrine dedicated to the Sacred Heart of Jesus Christ overlooking the city of Lisbon situated in Almada, in Portugal. It was inspired by the Christ the Redeemer statue of Rio de Janeiro, in Brazil, after the Cardinal Patriarch of Lisbon visited that monument. The project was inaugurated on 17 May 1959, while Portugal was ruled by the authoritarian President of the Council of Ministers António de Oliveira Salazar who gave his final permission for the project. The giant statue in cement was erected to express gratitude because the Portuguese were spared the effects of World War II.
John VI of Portugal
From Wikipedia, the free encyclopedia
John VI (Portuguese: João VI;[1][2] 13 May 1767 – 10 March 1826), nicknamed “the Clement“, was King of the United Kingdom of Portugal, Brazil and the Algarves from 1816 to 1825. Although the United Kingdom of Portugal, over which he ruled, ceased to exist de facto beginning in 1822, he remained its monarch de jure between 1822 and 1825. After the recognition of the independence of Brazil under the Treaty of Rio de Janeiro of 1825, he continued as King of Portugal until his death in 1826. Under the same treaty, he also became titular Emperor of Brazil for life, while his son, Pedro I of Brazil, was both de facto and de jure the monarch of the newly independent country.