“Talvez tenhamos errado”…

logo_shareAcordo Ortográfico: “Talvez tenhamos errado”, diz o ministro da Cultura do Brasil

 

“Talvez tenhamos errado no acordo ortográfico”, declarou o ministro da Cultura do Brasil Juca Ferreira na apresentação do Fólio. Considerando o festival literário que irá decorrer em Outubro, em Óbidos, como estratégico para o fortalecimento da cooperação na língua, Juca Ferreira anunciou a intenção de realizar no próximo ano, no Brasil, um “grande encontro sobre a língua portuguesa” onde os protagonistas serão os criadores e não os legisladores.

“O fortalecimento da língua portuguesa tem nos criadores o epicentro”, afirmou, acrescentando que quem normaliza tem de vir depois, para construir “as possibilidades de uma ortografia comum, de um sistema comum que permita que a língua portuguesa se fortaleça”, mas – sublinhou – “são os criadores que permitem uma base comum da nossa língua”.

O modo como o actual acordo ortográfico foi pensado e aplicado nos países lusófonos mereceu mais críticas, embora cautelosas, por parte do governante brasileiro: “Acredito que apesar das diferenças, o português que é falado nos países africanos, em Portugal e no Brasil é a mesma língua. Pensámos mais na normatização como epicentro desse processo de cooperação e de fortalecimento da língua e talvez tenha havido um descuido em relação à construção desse ambiente de cooperação na área da criação.”

Sobre o modo como autores brasileiros são lidos em Portugal e os portugueses no Brasil – com dificuldades mútuas de divulgação – Juca Ferreira anunciou medidas de cooperação entre o seu ministério e a Secretaria de Estado da Cultura de Portugal. Uma das ideias é a cooperação entre algumas bibliotecas portuguesas no sentido de trazer um pouco mais da literatura brasileira, para que esteja presente e disponível aos leitores portugueses.

Notícia “Público” de 07.07.15.


2 thoughts on ““Talvez tenhamos errado”…

  1. Olha que bem, trazer AINDA MAIS literatura brasileira, quando ela já enjoa nos nossos livros escolares. Parecem querer continuar o esforço APENAS deste lado. Lá, a nossa literatura TEM DE SER TRADUZIDA, pois Suas Altezas não assimilam. O nosso país adora tipos “full of shit”, o costume, maltosa dada às ladaínhas, garganta. Estes brasileiros têm cá um “patois”… A suprema lata daquela gente sem vergonha nenhuma! Por mim, podem enfiar a literatura e os cançonetistas todos num sítio – como dizem os “camones” mais mal educados mas sinceros – “where the sun don’t shine”! Mas que raça maldita…

    Gostar

  2. Não cheguei a perceber o que são as “dificuldades mútuas de divulgação” na forma como os autores portugueses são lidos no Brasil e vice-versa.
    Se forem dificuldades de carácter burocrático que estejam a dificultar o trabalho de divulgação pelas editoras, nada posso comentar, pois não conheço esses meandros. Mas quer parecer-me que o ministro da cultura brasileiro se refere a outro tipo de dificuldades, talvez aquelas que os leitores dos dois lados do Atlântico encontrem na leitura de obras escritas na outra margem. Se assim for, teremos de aceitar – com grande tristeza minha – que as competências intelectuais estão a degradar-se profundamente nos dois países, já que, há não muitos anos, essas dificuldades não se verificavam.

    Gostar

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s